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Eu no zoológico

Eu tenho uma relação estranha com bichos. Eu gosto deles em livros e desenhos animados porque eles são fofinhos, coloridos e assexuados. Não cagam, não mijam, não soltam pêlo, não ficam horny e não fedem. Porque bicho fede. Ao vivo e em cores, animais não são pra mim. Não tem carinha bonitinha de bicho engraçadinho nenhum que me faça ignorar essas coisas acima. Imaginem, então, eu no zoológico! Garanto, é uma experiência surreal.

Até ter meus filhos eu nunca tinha visitado um zoológico na vida. Como era de se esperar, quando as crianças vieram, visitas ao zoológico se tornaram parte da nossa rotina de final de semana. É simplesmente algo que os meninos amam fazer e que meu marido, um eterno apaixonado por animais selvagens, vem fazendo desde criança, primeiro com os pais, depois sozinho, agora com os filhos. Já eu preciso me preparar psicologicamente para essa experiência antes de sair de casa, porque não é algo natural para mim.

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Linda girafa com sua girafinha

Linda girafa com sua girafinha

Tá, eu acho girafa e zebra animais lindos, fico empolgadíssima com os elefantes (meu animal selvagem preferido) e não há dúvida de que ursos polares e rinocerontes são animais fantásticos. Mas bicho é um troço nojento, essa que é a verdade. Não adianta você ficar bravo(a) comigo, vir falar que gosta mais dos bichos do que de gente, chamar de desprezíveis aqueles que não gostam de animais, ameaçar me matar esguelada, não adianta, não gosto mesmo e essa bicho mania não me contaminou.

Não vou dizer que ir ao zoológico é uma tortura para mim. Não é, eu me divirto pra caramba. É um passeio gostoso para se fazer com as crianças e a família inteira tem a oportunidade de ver seus animais preferidos – a não ser quando os sem-vergonhas decidem se esconder de nós. rs. O problema pra mim são os bichos em si. Eles fazem lá suas coisinhas nojentas que para muita gente pode ser engraçado ou neutro mas que para mim é apenas nojento. Por isso prefiro eles nos desenhos e nos livros. Exemplos de nojentices animalescas:

Foca: ver um urso polar nadando sobre minha cabeça num tanque enorme foi uma das cenas mais lindas que já vi. Juro que me trouxe lágrimas aos olhos. Aconteceu durante minha primeira visita ao Detroit Zoo e jamais vou esquecer. Ano passado retornei ao zoológico na tentativa de rever o urso polar, mas  aparentemente ele estava com preguiça e não quis sair do seu esconderijo. Acabei tendo de me contentar com uma foca gigante que, lá pelas tantas, tirou o peruzão vermelho para fora, sem nenhuma cerimônia, diante de uma platéia fascinada que achou a cena super engraçada. Eu quase tive um troço porque cheguei lá com aquela ideia de foca de desenho animado: desajeitada, de cílios compridos e assexuada. Desnecessário dizer que depois desse dia eu nunca mais consegui olhar para uma foca da mesma maneira. Tá, não é como se eu tivesse o hábito de cruzar com focas pelo meu caminho num dia comum anyway. Image may be NSFW.
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Esse urso polar me emocionou

Esse urso polar me emocionou

Elefante: meu animal selvagem preferido também consegue ser nojento. A primeira vez que vi um elefante foi muito especial. Tivemos a sorte de chegar no momento exato em que a mamãe elefante amamentava seu bebê. Cena mais tocante. Quando voltei uma segunda vez, mais de um ano depois, o bebê elefante tinha crescido, mas continuava lá junto de sua mãe, como elefantes (esses animais incríveis e belos) costumam fazer. De repente, a mãe elefante virou de costas e do nada começou a cagar. Caraca, eu gosto de elefantes e tal, mas não quero vê-los cagando na minha frente, muito menos ver a bosta saindo da bunda deles. Nunca, na minha vida inteira, eu vi cocozão maior que o cocô daquele elefante. Puta que pariu! Não tem bosta de vaca, de cavalo ou de camelo que ganhe da bosta de um elefante. É enorme, gente, fiquei horrorizada. Pior que nem deu tempo de evitar a cena porque eu estava tirando foto e acabei fotografando a bosta saindo do ass do elefante. E, wow, que ass gigante. Para recolher aqueles troços de bosta enormes só com guindaste porque pá normal não aguenta. Tô te falando.

Macaco: está pra nascer bicho mais nojento que macaco. Quando eu era criança e morava no interior de Minas, uns vizinhos nossos tinham uma macaco sem-vergonha que gostava de mostrar o bilau dele pra gente. A última vez que fomos ao zoológico tivemos a oportunidade de observar de pertinho a maneira como os macacos interagem e, don’t get me wrong, isso pode ser fascinante, mas não se empolgue, macaco é um bicho muito filho da puta. Vai lendo. A macaca estava almoçando junto dos outros macacos. O filhote de macaco se aproximou para roubar um pouco da comida dela. Pegou uma vagem e sentou no colo da mãe. Dois segundos depois ela deu um safanão nele e pulou para o outro lado. Um macaco preto adulto a seguiu e o macaquinho foi atrás. Mais uma vez, ela deu um abraço nele, outro safanão e seguiu pulando até o fim da jaula, sempre seguida de perto pelo macaco preto. E eu me perguntando por que aquela filha duma égua estava rejeitando seu filhote. Pela terceira vez o macaquinho tentou se aproximar da mãe, mas ela tirou os braços dele do pescoço e o puxou para o lado. Ele não saiu de perto dela nem mesmo quando o macaco preto se posicionou atrás da macaca. E foi aí que entendi a cena toda. Ela estava fugindo do pequenino porque queria namorar o macaco preto. Então ali, na frente de todos, os dois macacos começaram a furunfar. Foi a trepada mais rápida que já vi na vida, puta que o pariu. Ao contrário de outros animais, macacos não cruzam apenas para procriar, mesmo assim, como mãe, fiquei chateada de a macaca horny preferir trepar do que dar atenção pro nenem dela. What a whore!

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Olha que leão preguiçoso!

Olha que leão preguiçoso!

Meu marido brinca que eu não tenho sorte, porque parece que os bichos ficam esperando por mim para começar a mijar, cagar, trepar. Eu falto morrer com essas coisas. Mas tirando essas nojeiras deles, não é nada mal ver um bicho selvagem de perto, a uma distância segura, por que quais as chances de eu cruzar com um camelo pela vida afora se não num zoológico? Ou com uma cobra naja? Ou com um rinoceronte? Só por isso já vale a pena. Agora, cobra é um bicho pavoroso, né?

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Por fim, mas não menos importante, eu tive 3 coelhos: Mr. Stubbs, Mr. Stubbs II e Costelinha. Como amei meus coelhinhos. Cuidei deles com tanto carinho! Mas coelhos não vivem muito tempo e esse é um dos motivos porque eu não tenho mais. A gente se apega e eles morrem. É muito doloroso. Outro motivo é porque cuidar custa caro e dá muito trabalho. Vejo meus vizinhos saindo de manhã cedo, no frio e na neve, porque o cachorro precisa cagar, mijar, esticar as pernas, desestressar. Ei, eu já lido com bosta de menino, sem tempo nem disposição para limpar bosta, xixi e secreções caninas.

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